Canção: Amor de Poeta
Letra: Alexandre Morais 87 99935 4210
Música: Serginho File 11 98201 7486
Sanfona e voz: Janício Silva @janiciooficial
Canção: Amor de Poeta
Letra: Alexandre Morais 87 99935 4210
Música: Serginho File 11 98201 7486
Sanfona e voz: Janício Silva @janiciooficial
O novo longa-metragem "Luiz Gonzaga - Légua Tirana", distribuído pela O2 Play, apresentou seu primeiro teaser oficial durante a exibição dos trailers nas sessões de "O Auto da Compadecida 2" e agora está disponível online. A direção do longa-metragem é de Diogo Fontes e Marcos Carvalho com produção da Mont Serrat Filmes e Cinema no Interior, e a estreia está prevista para julho de 2025.
O filme retrata a vida e obra do icônico Luiz Gonzaga do Nascimento, conhecido como o Rei do Baião, e mergulha desde a infância e adolescência do artista, explorando suas raízes de retirante do Sertão nordestino, revelando as conexões profundas entre sua música e a rica e complexa cultura que marcou sua obra. Gonzaga é apresentado como símbolo da fusão cultural e da identidade nordestina, por ter sido capaz de unir influências históricas, religiosas e étnicas em sua música cativante.
No elenco, estão nomes como Luiz Carlos Vasconcelos, Cláudia Ohana e Tonico Pereira, além de talentos regionais que enriquecem a autenticidade da produção. As gravações aconteceram na Chapada do Araripe, divisa dos estados de Pernambuco, Ceará e Piauí, e em Caiçara, município da Paraíba. Os cenários foram escolhidos expressamente para reforçar a relação do filme com as paisagens e tradições do sertaneja, sendo o cenário fundamental.
Do JC On line
Por Flávio Brayner*
A visão que podemos ter de uma simples BIBLIOTECA pode ser extremamente expressiva daquilo que fazemos com os livros - e daquilo que os livros fazem de nós! Borges achava que uma Biblioteca era uma representação de Deus, e na sua famosa “Biblioteca de Babel” (Ficciones), “onde estavam todos os livros escritos e ainda por escrever, além de uma história detalhada do futuro”, residia, também um dilema: havia na Biblioteca um Catálogo compendiando todos os livros ali depositados. Mas, alguém levantou a questão de saber se o Catálogo fazia parte da Biblioteca (e assim ela continha de fato todos os livros) ou se era um livro à parte, e assim ela não continha todos os livros e era preciso um novo Catálogo contendo aquele Catálogo, o que nos remeteria a um regressio ad infinitum: uma representação, pois, de Deus!
Maquiavel (1469-1527), depois que foi expulso da Secretaria de Florença (uma espécie de Primeiro Ministro daquela República), preso e torturado sob a acusação de traição, ao ser solto passava os dias nas tabernas bebendo e quando, à noite, voltava para casa, “lavava os pés e penetrava na (sua) biblioteca para gozar da companhia dos mortos! E cada livro que (ele) retirava do sono silencioso de sua estante, era um autor que ressuscitava do fundo de sua tumba imaginária para conversar, antes de recolocá-lo no mesmo lugar para que pudesse continuar seu sono secular” (Décadas de Tito Lívio).
Quando, diante de sua imensa biblioteca, alguém perguntou a Anatole France (1844-1924) se ele já tinha lido tudo aquilo, ele respondeu; “- Você usa sua porcelana de Sèvres todos os dias?”. France queria dizer que uma biblioteca não é um depósito de livros lidos, mas uma caixa de ferramentas que usamos quando chega o momento adequado, quando precisamos “consultar” alguém sobre um problema que nos aflige, quando precisamos saber que respostas nossos ancestrais deram aos problemas de sua época, que efeito tais respostas tiveram, e de que sensibilidade é feita uma época em que os homens se defrontam uns com os outros, tentam compreender o mundo, registram suas esperanças e suas lembranças e deixam para os pósteros.
Ou então projetam tudo isso em “personagens”: a pobre da Madame Bovary (Flaubert), coitada, depois de ler uma lista de literatura “romântica”, viver um casamento insosso com Charles Bovary, uma desinteressante cidade do interior da França (Rouen), amantes e agiotas que a enganavam, terminou desacreditando que os livros pudessem ser a representação do mundo “em palavras crucificadas nas páginas”.
Walter Benjamin (1892-1940) em seu formidável ensaio Desempacotando minha biblioteca, diz que cada livro que ele tirava de sua estante para depositar numa caixa de papelão (em função de suas constantes mudanças de endereço), e ao abri-los ocasionalmente e encontrar uma passagem grifada ou comentada, era um pedaço de seu passado que retornava, uma ocasião para sempre perdida, um presente recebido de alguém que já se fora, ou uma simples promessa de leitura de um livro não lido: Benjamin foi outro que se envenenou com seu célebre manuscrito nas mãos (Passagenwerk) em Port Bou (França) quando soube que não conseguiria atravessar – de novo a “travessia”!- para a Espanha e fugir do Nazismo...
O fato é que foram muitos homens que acreditaram que os livros poderiam nos salvar e, talvez, acumulá-los numa biblioteca poderia significar o aumento de seu potencial soteriológico. Pensemos, por exemplo, em Stefan Zweig (1881-1942) em O mundo de ontem, ao qual me referi em artigo anterior: a grande ilusão daquela geração de uma Viena finissecular que acreditou que a cultura, sobretudo a cultura letrada de padrão elevado, poderia iluminar um caminho “sem luz e sem corrimão”! Tolice: Zweig e sua esposa Lotte se suicidaram asfixiados em Petrópolis quando souberam do que estava acontecendo com o judaísmo europeu sob o Nazismo. E não preciso lembrar que um livro inspirara aquele genocídio: Mein Kampf!
Havia, sim, livros que pretendiam nos salvar. Cito apenas dois deles: a Biblia e O Capital. Ambos terminaram por dividir os homens com “muros” no meio (Berlim, Jerusalém...)!
Ler 'Os Sertões' ajuda a compreender o Brasil, mas também nos lembra de como o racismo científico influenciou nosso passado; entenda!
Por Vítor Soares, professor de História
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Imagem/Internet |
'Os Sertões', clássico escrito por Euclides da Cunha, é um dos livros mais influentes da literatura brasileira. Com jornalismo, literatura e ciência, ele narra a Guerra de Canudos (1896–1897), um dos conflitos mais brutais do Brasil.
Primeiro, Euclides descreve o sertão e sua paisagem. Depois, fala sobre o povo do sertão. Por fim, narra a guerra e a destruição de Canudos. O problema é que ele interpreta tudo sob a lente do racismo científico, uma teoria comum na época, que afirmava haver raças superiores e inferiores.
O racismo científico em 'Os Sertões'
Na parte "O Homem", Euclides descreve o sertanejo como um produto do ambiente hostil do sertão, reforçando estereótipos raciais. O autor argumenta que a miscigenação entre indígenas, negros e brancos teria gerado uma população degenerada.
Em um dos trechos mais controversos, o escritor brasileiro afirma que o "mestiço é um decaído, sem a energia física dos ascendentes selvagens, sem a altitude intelectual dos ancestrais superiores".
Hoje, sabemos que essa ideia não tem o mínimo fundamento científico. A diversidade é uma riqueza, não um problema. Mas na época, esse tipo de pensamento servia para justificar políticas de exclusão e discriminação.
Outra contradição interessante é a maneira como Euclides retrata o sertanejo. Ele exalta sua força ("O sertanejo é, antes de tudo, um forte"), mas também o descreve como um entrave ao progresso da civilização republicana. Isso reflete a própria dúvida do autor, que denuncia o massacre de Canudos, mas também parece acreditar que sua destruição era inevitável.
Euclides expõe a barbárie cometida pelo Exército, mas evita apontar culpados. Enquanto intelectuais como Émile Zola publicavam textos exigindo justiça, Euclides preferiu uma abordagem mais vaga, responsabilizando um "nós" genérico pelo massacre.
Ler 'Os Sertões' criticamente não é negar sua importância, mas entender seus erros e contradições. O livro ajuda a compreender o Brasil, mas também nos lembra de como o racismo científico influenciou nosso passado. E o que mudou desde então? O racismo ainda persiste, e a violência do Estado contra os mais pobres continua. Revisitar 'Os Sertões 'é também uma forma de refletir sobre o presente e pensar em um futuro mais justo.
Fonte: https://aventurasnahistoria.com.br
Imagem da edição especial do Festival Pernambuco Meu País na Avenida Paulista, em São Paulo - HESÍODO GÓES/SECOM |
O Festival Pernambuco Meu País, criado pela gestão estadual de Raquel Lyra (PSBD) em municípios do Agreste e do Sertão, em 2024, realizou uma edição especial na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), por meio da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), neste domingo (16).
A prévia começou às 10h, com presença de patrimônios vivos do Estado, a exemplo dos Caiporas de Pesqueira e do Galo da Madrugada, representado por boneco inflável de 15 metros de altura.
Em seguida, às 11h, o evento partiu para o Parque Burle Marx, próximo da Paulista, com atrações como Roger de Renor e o Som na Rural, Gerlane Lops, Nego Thor, Romero Ferro, Duda Beat e Alceu Valença.
A iniciativa contou com a presença de Raquel Lyra. "Assim, quem está aqui vai poder sentir um pouco daquilo que é a alegria do povo pernambucano, da nossa cultura popular. E quem é de Pernambuco e está em São Paulo também pode matar a saudade de casa, abrindo as portas para o maior e melhor Carnaval do mundo", afirmou a governadora.
Os pernambucanos Cilene Nascimento e Mário Nascimento são casados, moram em São Paulo há mais de 30 anos e estavam na Avenida Paulista matando a saudade da cultura da terra natal.
"Fica um sentimento de felicidade e de amor à cultura. Lembrar das nossas raízes é tudo de bom, é muito importante para a gente. É bom demais matar a saudade", comentou Cilene.
"Não tem pareia, né? A gente lembra da nossa terra, da nossa cultura e das nossas raízes. Ficamos até emocionados. Passa um filme na cabeça, de onde a gente veio. Tudo de bom, não tem igual", completou Mário.
Para a paulistana Andrea Paternost, administradora de 51 anos, a ação foi muito boa porque mostrou Pernambuco para quem não o conhece.
"Do lado de cá nós até nos indagamos sobre o que representam certas figuras que talvez nem todo mundo conheça. Mas é muito legal ver o Carnaval de Pernambuco aqui em São Paulo. Eu já estive em Olinda e fiquei com vontade de voltar para lá", disse.
O presidente da Empetur, Eduardo Loyo, destacou o potencial do Estado no Carnaval. "São Paulo é o maior emissor turístico para Pernambuco, durante todo o ano. Quando a gente traz esse evento pra cá, buscamos fazer com que os paulistas sintam um pouquinho do gosto do nosso Carnaval, para que tenham vontade de ir para Pernambuco", disse.
"O setor de turismo engloba cerca de 50 atividades econômicas, áreas pujantes na geração de emprego, e por isso a gente vem fazendo esse trabalho que tem dado muito certo", destacou.
Durante as apresentações deste domingo, quem também teve destaque foi o Maracatu Estrela Brilhante de Nazaré da Mata, maracatu de baque solto com 24 anos de existência e uma trajetória imponente.
Ao longo dos anos, o grupo colecionou títulos nos concursos de agremiações por todo o Estado, e dedicou-se a apresentações culturais nos ciclos festivos do calendário cultural de Pernambuco, bem como a realização de aulas-espetáculos em escolas públicas e participação em festivais e encontros culturais nacionais e internacionais.
"É uma oportunidade de trazer a nossa cultura popular e as nossas raízes aqui para São Paulo, que tem uma comunidade nordestina pernambucana enorme, mas também é uma emissora de turistas para Pernambuco. Então, realmente, é um grande intercâmbio cultural", disse a secretária estadual de Cultura, Cacau de Paula.
Bud
Spencer e o Polo Aquático do Clube Náutico
Por Alexsandro Acioly
(Historiador e Pesquisador)
Na década de 1940 o polo aquático do Clube Náutico Capibaribe, no Recife, era uma das atrações deste esporte no Estado, assim como, Sport Clube Recife e o Barroso. Entre os meses de novembro e dezembro de 1947 grandes duelos foram travados entre estas três equipes, especialmente entre o Rubro-Negro e o Alvirrubro da Rosa e Silva.
Em 01 de novembro de 1947 o Pequeno Jornal (PE) publica em sua páginas a primeira partida do Campeonato Pernambucano de Polo Aquático, partida esta envolvendo o Clube Náutico e o Sport Clube, onde o resultado foi uma vitória avassaladora do Alvirrubro por 7x1. O Náutico foi escolado com: MORAIS; IVAN E MURILO; PERDESOLI; FULCO; U. CLERICUZZI E ROMENIO. Os tentos foram marcados por Romenio (3), Fulco (2), U. Clericuzzi (1) e Perdesoli (1). O juiz da partida foi o Sr. Hélio Dantas caldas e a partida foi realizada na piscina do Clube Português.
Em 06 de dezembro do mesmo ano no encerramento do primeiro turno do campeonato o Náutico enfrentou o Clube Esportivo Almirante Barroso onde o Alvirrubro venceu a partida por 3x2 com gols de U. Clericuzzi (1) e Perdesoli (2). O juiz da partida foi o Sr. Cipriano Borel e a partida foi realizada na piscina do Clube Português. Com este resultado o Clube Náutico sagrou-se campeão do primeiro turno do campeonato pernambucano.
Iniciando o segundo do turno em 14 de dezembro o Náutico vence mais uma vez o time do Sport, dessa vez por 6x0, “PERDESOLI” marca mais dois gol nesta partida realizada no Clube Português e teve como árbitro, Milton Cerqueira.
O mesmo “PERDESOLI” que tanto ajudou ao Clube Náutico Capibaribe, viria a ser também, o carrasco do Clube Alvirrubro. Veja o que foi estampado na imagem abaixo em uma das páginas do Jornal Pequeno, do Recife, em 5 de novembro de 1948:
Figura 1 - Jornal Pequeno, 06 de novembro de 1948. |
O atleta de Polo Aquático do Clube Náutico Capibaribe, “CARLO PERDESOLI”, nasceu em Nápoles, na Itália, em 31 de outubro de 1929. Perdesoli morou no Brasil entre os anos 1947 e 1949, mais precisamente, na capital pernambucana, Recife. A sua vinda ao Brasil se deu por motivos de trabalho, pois o mesmo veio trabalhar no Consulado Italiano, na capital de Pernambuco. Durante a sua estadia conheceu o clube partir daí fez parte deste elenco campeão durante o tempo que passou no estado.
O seu currículo como atleta é invejável, cito aqui algumas das sua conquistas após o seu retorno a Itália:
- Ainda em 1949 foi campeão de natação nos 100mt livres pela Lazio, título este que conquistou por 7 vezes consecutivas e foi o primeiro nadador italiano a nadar os 100mt livres em menos de um minuto.
- Na primeira edição dos Jogos Olímpicos Mediterrâneo em 1951, foi medalha de prata nos 100mt livres.
- Em 1954 sagra-se Campeão Italiano de Polo Aquático pela Lazio, mesmo esporte que se destacou ainda em Pernambuco. Com o título italiano ele é convocado para a seleção e, em 1955, é medalha de ouro nos jogos mediterrâneos pelo Polo Aquático.
Principais resultados de Perdesoli como atleta na tabela abaixo:
Figura 2 - Tabela Wikipédia. |
Carlo Perdesoli, para quem não sabe ainda, foi um dos astros do cinema italiano e também, de “HOLLYWOOD”, isso mesmo, astro de Hollywood. Quem viveu a década de 1970 e 1980, com certeza assistiu há vários filmes estrelado pelo ator, “BUD SPENCER” e o seu companheiro, “TERENCE HILL”, dupla inesquecível.
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Figura 3 - Carlo Perdesoli (Bud Spencer) |
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Figura 4 - Carlo Perdesoli e Mario Giuseppe Girotti (Terence Hill) |
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Figura 5 - Carlos Perdesoli (Bud Spencer) |
O que poucos sabem, é que, o mesmo “CARLO PERDESOLI” atleta de Polo Aquático do Clube Náutico Capibaribe na década de 1940, é o mesmo “BUD SPENCER” que alegrou por vários anos as salas de cinemas e também as salas de milhares de residências através da tv com o seu parceiro inseparável, “TERENCE HILL”.
Três fatos interessantes sobre Carlo Perdesoli merecem destaques. Primeiro, o ator era formado em Direito; Segundo, falava seis idiomas, inclusive o português, idioma este, aprimorado quando veio morar no Brasil. O terceiro é o mais interessante e tem relação com o seu nome artístico, BUD SPENCER. BUD (homenagem a sua cerveja preferida, Budweiser) e SPENCER (homenagem ao ator estadunidense, Spencer Tracy, ganhador de dois Oscars de melhor ator com os filmes: “Marujo Intrépido” e “Com os Braços Abertos”).
Carlo Perdesoli faleceu aos 86 anos de idade, em Roma, em 27 de junho de 2016. A causa da morte não foi revelada, mas o filho declarou que o ator ficou com a saúde debilitada após ter sofrido uma queda em casa. Foi sepultado no cemitério Campo di Verano, em Roma.
Fontes:
https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/